sábado, 11 de dezembro de 2010

Sábado, 11 de Dezembro de 2010   >> Últimas Notícias






Bauru está entre as cidades do País que mais cresceram em riquezas 
Bauru está, novamente, entre os cem municípios brasileiros com maior Produto Interno Bruto (PIB), índice que representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos numa região em determinado período. O PIB de Bauru em 2008 foi de R$ 6 bilhões, que é o 67.º maior do Brasil e o 22.º maior do Estado de São Paulo, conforme dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ranking do País, o município mantém a colocação do PIB 2007, mas no do Estado melhorou três posições (era 25.º). O crescimento do PIB em 2008 foi de 14%, bem acima da média nacional e da inflação, que ficou em 5,9%.

Nos últimos cinco anos, o PIB de Bauru aumentou 71%, o que mostra que o município é um dos que estão recebendo a riqueza que está migrando das grandes para as médias cidades . Com o PIB de R$ 6 bilhões, Bauru está à frente de capitais estaduais com Porto Velho, em Rondônia, e Macapá, no Amapá, e cidades como Limeira e Americana.

Em 2008, o PIB de Bauru correspondeu a 0,2% do PIB total do Brasil e a 0,6% de todo o PIB do Estado de São Paulo. O setor de comércio e serviços foi o principal destaque da economia do município, cujo PIB específico ocupou a 54ª posição brasileira em 2008, repetindo o feito do ano anterior. O economista Reinaldo Cafeo analisa que o fato de o PIB de Bauru ter chegado a R$ 6 bilhões em 2008 - recentemente, com base nos valores dos anos anteriores, ele estimou que o PIB real, descontando a inflação, estaria em R$ 6 bi neste ano - é uma demonstração de excelente crescimento.

“O número do PIB de Bauru está muito alinhado ao potencial de consumo da cidade, que é de cerca de R$ 6 bilhões”, comenta. Cafeo atribui o crescimento do PIB acima da inflação ao fato de o município ter uma economia pulverizada. “Apesar da termos uma indústria pulverizada e não ser, do ponto de vista geral, carro-chefe da economia do município, temos quase 60% do PIB concentrado no setor terciário. Ou seja, a cidade tem sua própria dinâmica e a pulverização não a deixa refém de duas ou três empresas”, diz.

Para Wallace Sampaio, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio), o setor de comércio e serviços de Bauru tem se destacado, como mostrou o PIB de serviços do município em 2008, também em função do crescimento das cidades da região. “O crescimento da região reflete diretamente no comércio e setor de serviços de Bauru. Um investimento alto numa empresa da região, como em Agudos, reflete em Bauru porque boa parte dos funcionários desta empresa mora em Bauru e gasta o dinheiro aqui”, exemplifica.

Além do comércio, ele cita os setores de ensino e saúde como grandes favorecidos pelo desenvolvimento da economia não só de Bauru, mas também de toda região. O setor de venda a varejo, frisa Sampaio, atende um raio de 100 quilômetros. “Em Bauru há consumidores de Araraquara, Marília e outras cidades que também são polos regionais e têm comércio desenvolvido, mas que para produtos específicos, se voltam a Bauru”, completa.




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No mapa dos investimentos


O crescimento real do PIB em 2008, de 8%, mostra que Bauru está mesmo no mapa dos novos investimentos. “E se consideramos que de 2008 para cá Bauru teve lançamentos imobiliários, o shopping existente foi ampliado, outros dois foram lançados, atacarejos foram inaugurados e redes de hotéis chegaram na cidade percebemos que o crescimento do PIB da cidade em 2009 deve ter sido acima da média nacional”, projeta o economista Reinaldo Cafeo.

E, nesta linha, ele concorda com a análise do IBGE de que a renda está migrando dos grandes centros para as cidades de médio porte. “Eu tenho verificado este movimento desde o início dos anos 2000. Mas Bauru, naquele momento, vinha de um desmonte público, em função das privatizações, e coincidentemente o setor político estava conturbado, inclusive com cassações. A partir do momento que esta situação foi saneada passamos a observar a entrada de capital de forma mais maciça na cidade”, completa.



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Desenvolvimento exige infraestrutura preparada


À medida que o PIB de Bauru cresceu acima da inflação em 2008 - e a expectativa é que repita o mesmo desempenho neste ano, após a recuperação dos reflexos da crise de 2009 -, aumentou também a demanda por infraestrutura da cidade, alerta o economista Reinaldo Cafeo. “São necessárias políticas públicas que preparem a cidade para este crescimento. Hoje o setor público está muito a reboque do crescimento e não pode continuar assim”, frisa.

Como exemplo, ele toma o caso do Shopping das Nações que está em construção às margens da avenida Nações Unidas, numa região que alaga durante chuvas fortes. Da mesma forma, ele cita a necessidade de transporte público, vagas em creches e escolas compatíveis com o crescimento da economia. “O poder público tem de ter projeto de desenvolvimento do setor privado. Se não tiver, a médio prazo os investimentos vão embora”, completa.



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Participação do PIB das cidades grandes reduz 


Entre 1999 e 2008, os 37 municípios com mais de 500 mil habitantes perderam participação no PIB do País, enquanto os 229 municípios de porte médio (de 100.001 a 500 mil habitantes) ganharam participação, avalia o IBGE.

Entre os municípios de porte médio, os destaques foram Campos dos Goytacazes (RJ, 0,6 ponto percentual), Santos (SP, 0,4 pp), Betim (MG, 0,3 pp), Vitória (ES, 0,2 pp), Itajaí (SC, 0,2 pp), Serra (ES, 0,2 pp), Macaé (RJ, 0,1 pp), Cabo Frio (RJ, 0,1 pp) e Parauapebas (PA, 0,1 pp).



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PIB per capta é de R$ 16 mil


O PIB per capita, que é a divisão da renda pelo total da população, em Bauru em 2008 foi de R$ 16.880,91 contra R$ 15.233,00 em 2007. Neste item, Bauru é o 717.º no ranking do Brasil, onde a renda per capta é de R$ 15. 989,77 e o 153.º no Estado de São Paulo (renda de R$ 24.456,86).

Para se ter uma ideia da concentração, na cidade de São Paulo o PIB per capta é de R$32 493,96 e de Brasília, de 45.977,59. Para a técnica do IBGE Raquel Gomes, apesar de haver uma migração dos investimentos dos grandes centros urbanos para as cidades de médio porte, a concentração de renda ainda é muito alta. 

Fonte: Newsletter JCnet